No setor do cooperativismo agropecuário é comum que as cooperativas atuem como o agente que apoia os financiamentos dos seus próprios associados, permitindo que o cooperado consiga acessar recursos e investir na sua propriedade e produção. Com o crescimento notável do agronegócio e movimentos sazonais das operações de crédito, as demandas por recursos da cooperativa tendem a se acentuar.
Contudo, por diversas razões regulatórias, a cooperativa agropecuária tem limitações de realizar essas operações dentro do próprio balanço, fazendo com que, na maioria das vezes, o crédito não possa ser repassado aos produtores associados.
Ao longo dos últimos anos, houve uma série de modernizações no arcabouço regulatório financeiro – especialmente na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e no Banco Central do Brasil –, criando e reformulando alguns veículos financeiros, que têm servido de apoio para as cooperativas agropecuárias. Pensando nisso, diversas cooperativas têm iniciado as suas próprias estruturas no setor de financiamento, posicionando-se no mercado e irrigando de crédito a sua cadeia de valor.
Acreditamos que esse seja um caminho sem volta para a criação de valor no agronegócio.
Walter Fritzke, economista e consultor da área de Finanças Corporativas do Martinelli Advogados