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Acordo entre Mercosul e UE tem foco na sustentabilidade com oportunidades para o agronegócio

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Após 25 anos de negociação, foi publicada em dezembro em Montevideo, Uruguai, a minuta que celebra o acordo de livre comércio entre países integrantes do Mercosul e UE. Com foco no desenvolvimento sustentável, o acordo possui capítulos e anexos exclusivos para tratar compromissos vinculados ao aprimoramento e integração do desenvolvimento sustentável nas relações comerciais e investimentos entre os blocos econômicos.

O anexo Comércio e Desenvolvimento Sustentável visa garantir que as futuras negociações impulsionem objetivos globais de sustentabilidade alinhadas às metas internacionais, como a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Alinhado às mais recentes diretrizes internacionais para o crescimento econômico sustentável, o acordo incorpora exigências específicas aos produtores, como a obrigatoriedade de conformidade ambiental rigorosa com as legislações nacionais dos países de origem e a adoção de práticas empresariais transparentes. Tais medidas visam assegurar que o comércio internacional seja conduzido de maneira responsável, promovendo a proteção ambiental e a integridade nas operações comerciais, em consonância com os princípios de desenvolvimento sustentável e governança global.

O acordo também cria oportunidades para diversos setores negociarem com o mercado internacional europeu, principalmente os serviços do ramo automobilísticos e do agronegócio. Para a indústria de automóveis, está em vista a possibilidade de redução tarifária de importação e exportação de veículos e autopeças, o que pode tornar o produto interno mais competitivo. Já para o setor agrário, o pacto anuncia redução nas tarifas de alguns produtos agrícolas do Mercosul, principalmente frutas, carnes e café.

O momento é, portanto, de oportunidade para que a indústria nacional, especialmente as do ramo automobilístico e do agronegócio, para ampliarem seus investimentos em conformidade com os regulamentos ambientais, aprimorando as estratégias de sustentabilidade e criando sistemas de transparência capazes de atender às expectativas do mercado global. As práticas ambientais responsáveis serão um diferencial competitivo no comércio internacional, especialmente com a União Europeia.

O pacto internacional ainda não está em vigor. Para a completa regulamentação, ainda deverá passar pelos processos de revisão legal, tradução para o português, assinatura, internacionalização e promulgação pelo Congresso Nacional. Não há previsão para a conclusão dos trâmites, o que confere uma margem de tempo para as empresas se prepararem para as novas exigências do mercado internacional.

 

Alessandra Hasegawa Sandini, advogada, mestre em direito. 

André Valadão

Patricia de Pádua Rodrigues

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